10 de abril de 2009

Jacobina e Mautner

Alguém um dia me disse que cada inseto tem um neto, tataraneto d’outro inseto. Eu, sinceramente não consegui estabelecer um sentido pelo qual escrever sobre isso. Escreverei, simplesmente. No fim, se conseguir uma boa conclusão, sentir-me-ei feliz. Senão, saberei que a frase é totalmente implausível e com o único intuito de rima.
Agora são 16h45min, hoje é manhã. Virei a noite curtindo meus amigos de república estudantil e dormi no sofá. Assisti a um filme que me deu medo, porém não mudou minha vida como outro. Mas isso não contribui para que uma conclusão, e não consequentemente, um texto sejam formados. O meu almoço é uma vitamina de fruta. Fruta, essa, que tanto gosto e tanto me lembra mamãe. Lembra-me também banana. É uma banana, mas isso não ajuda no desenvolver da ideia do inseto.
Hoje não é o dia certo para escrever, Leandro!
Anteontem eu chorei de felicidade por ir para a minha casa. Ontem eu não estava na casa que acabei de dizer ser minha. Hoje muito menos. Não chorei por não ir. Daqui a pouco vou. Menos de uma semana.
Ontem eu tive a sensação de ser solteiro. Cumpri meu papel de amigo, não de namorado. Gosto de não namorar, não vou namorar agora. Não quero fazer sexo por fazer, simplesmente. Prefiro meus colegas de república estudantil a uma pessoa que marque horários para me ver. Prefiro assistir a um filme de terror a passar a noite na casa de alguém que eu não sou. Prefiro passar a noite em meu próprio quarto e dormir um tiquinho que seja, mas comigo mesmo e com o meu próprio quarto. Mas isso também não é concebível a este texto.
Hoje eu senti um pouco de raiva das pessoas que vivem a vida de outrem. Eu senti raiva pelo puxassaquismo e pelos pagãos. Hoje de madrugada eu senti vontade de não ter uma religião. Hoje de manhã eu quis entrar em comunhão com a natureza e com tudo o que o meu deus fez. Mas eu acho que não se marca hora para comunhar com alguém. Não se marca, viu?
Ele não quer dizer – realmente - nada com isso. Inseto não tem tataraneto, só gente tem! Bela rima boba. Boba. Rima bela e boba. Boba no sentido bom, agora. Acho que cansei de esperar a tal da conclusão. E o propósito então, esse já não habita este texto desde seu início.
Acho que coloquei muita granola. Vitamina de frutas com mais gosto de cereal e menos de fruta é vitamina de cereal e não de fruta! É o óbvio e lógico. Toda fruta tem um neto, tataraneto de outra fruta. Não é tão legal. Não tem rima. Ora essa, não sai nada da minha cabeça!
Ócio é bom demais!
Hoje é o dia certo para escrever, Leandro!

Canalhas, seres humanos!
Arrependei-vos!
Vós sereis julgados
Pelo Tribunal Popular da
Frente de Libertação Nacional e Universal
Dos mosquitos sob meu comando
Acusados de massacres, torturas
E cruéis assassinatos
De milhares de bebês-mosquitos
Mulheres-grávidas-mosquitos
Anciãos-mosquitos
Canalhas, arrependei-vos!
É chegada a vigésima-quinta hora
Ouvi falar que uma pulga e um piolho
Estão no mesmo caminho.
Cada inseto tem um neto
Tataraneto de outro inseto
De acordo com uma lei estabelecida
De driblar sempre a morte
Com a vida
Cada neto de outro inseto
Fica mais forte tomando inseticida.
Mãe! Mãe!
Olha o céu de Araraquara
Ta preto de mosquito
Eu to com medo, mãe!
Canalhas, arrependei-vos!

Minha cabeça está cheia de mosquito! Preta de inseticida. Mas acontece que cada neto de outro Luís fica mais forte tomando inseticida.
Portanto, canalhas - seres hipócritas, puxassacos, namorados, saudade, e mosquitos de todo tipo - arrependei-vos! Não tirai meu ócio!
Ócio cerebral é bom demais!

Leandro Augusto