Nóis podi falá tudu u qui nóis quisé, du geitu qui nóis quisé. Tendeu? I téim mais: eu possu iscrevê assim purquê eu posso i quéim é qui vai mi impedí?
Surpreende-me muito que as pessoas ainda toquem no assunto língua tratando-a como modalidade certa ou errada. Que fique claro que o propósito deste texto não é – de modo algum – o de demonstrar como sei de Sociolinguística e como sou um imparcial estudante de Letras. Porém, convém escrever, até porquê eu não ligo muito para o que pessoas vão comentar, ninguém comenta meus textos mesmo. Ninguém tá nem aí se eu vou fazer a concordância ou não.
Mas que eu fico puto, eu fico. E “puto” entra aqui só porque eu uso a língua que eu quiser usar, eu falo o vernáculo que melhor se adaptar às circunstâncias, eu escrevo da forma como meu lado cognitivo pensar que devo escrever. E não cabe a absolutamente ninguém julgar.
O primeiro argumento é bem simples: quando se estuda cultura de alguma sociedade, não costuma-se dizer (espero que não mais) que tal obra de arte é melhor que a outra, ou que Picasso é mais artista que um tatuador. E alguém pode me falar que é língua senão aspecto cultural? Alguém, por favor?
Ainda nessa linha de raciocínio, a cultura pode se dividir em pontos regionais e históricos. Regionalismo é um termo tão negativo, por seu sufixismo arraigado de negativismo. O falar de uma região é marca de determinada cultura, e ela deve, sim, ser levada em consideração. Ela deve ser vista como uma das muitas variedades linguística que um território demarcado traz. É isso que mostra peculiaridade em cada falar. Quem há de negar isso?! Alguém, por favor?
E sob a perspectiva histórica, ninguém há de dizer que vossa mercê é errado e você é certo – ou o contrário. A língua muda, sim. Querendo ou não. Nossos próprios falares mudam. E isso vai bem para aquele lado da vida das línguas. As línguas vivas mudam, elas se desenvolvem, positivamente e negativamente. Mas quem somos nós para dizer o que é negativo e o que é positivo?! É um relativismo (com sufixo mesmo) tão grande que me dá nos nervos.
E tem mais!
Ora, que é o português senão uma “modernização” (bem entre aspas) do latim vulgar?! Ou você acha mesmo que nossa língua vem do latim bonitão e visto como “culto” no Império Romano?! Bem ingênuo pensar isso, não?
E, afinal de contas, que é culto mesmo?! Voltemos ao relativismo.
Quem concordar comigo, leia Bagno (mas só um poquinho, porque ele é bem perigoso). Quem não concordar, que fique com seu pensamento tradicionalista e com sua Gramática Tradicional e saia julgando, prepotentemente, o primeiro parágrafo desse texto. A solução é bem simples. Só vê quem quer.
Leandro Augusto
*http://www.dicionarioinformal.com.br/definicao.php?palavra=escambau&id=6344
Bem tipico de Leandro Augusto manolo.
ResponderExcluirLíngua, viva!
ResponderExcluirViva, à lingua!
Viva língua!