7 de abril de 2010

O conto fantástico

- Quero escrever um conto fantástico.
- Que bom.
- Quero dicas...
- Bem, já tentou ler Allan Poe?
- Estou a ler.
- Pronto.
- Isso não me trouxe inspiração o bastante.
- Você não é de peixes?
- Sim.
- Não entendo.
- Acho que prefiro viajar sobriamente, sabe?
- Mais ou menos.
- Enfim.
- É...
- Acho que terei que ter um cinco-minutos...
- Use drogas.
- É uma boa saída. Mas... sei lá... é tão...
- Tão o que?
- Óbvio. Além do mais, VOCÊ é o mais velho aqui. Ensina-me coisas que mais velhos ensinam.
- Como o que?
- Como NÃO usar drogas.
- Tá. Você está proibido de usar drogas!
- Obrigado. Mas e o meu conto fantástico?
- Allan Poe.
- Vou terminar o livro.
- Ótimo.
- Ótimo.

João Hernesto

(para saber de onde vem essa cobrança por dicas de como se escrever bem, leia o texto "A doença e a consonância", é só procurar nas antiguidades deste blog)

2 comentários:

  1. HAHA, muito legal. Eu já li Allan Poe, mas ele me deu boas dicas, rsrs. Gostei do fato de não falar "AI MEU DEUS" quando o assunto Drogas foi colocado no dialogo.

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