28 de outubro de 2011

Marília de Dirceu

Ouvi falarem de você, mas recusei-me a entender o significado daquelas palavras. Recebi uma ligação ontem, mas recusei-me a interpretar as palavras que você dizia. Simplesmente respondi a primeira frase que meu cérebro formulava como um mantra, que sai de nossas mentes sem que percebamos o que exatamente as palavras em si contidas querem dizer.

Disseram-me, você parece feliz. Tenho meus momentos de felicidade instantânea. Nasce, cresce e somente. É como se algo dentro de mim impedisse que se instaure por completo. Esquecer de você, nesse momento, parece-me óbvio e fácil. Depois de algum tempo, lembrar de você parece mais instantâneo e a tristeza me bate de forma nada lúcida. Ou será que é lúcido lembrar-me?

Pessoas falam que Marília de Dirceu amou Tomás Antônio Gonzaga até o dia de sua morte. Pessoas sabem que aquele personagem não fora criado, fora conhecido. Parece óbvio que aquele amor de Tomás perdurou até a eternidade não só de si mesmo como também da literatura brasileira. Ele pôde eternizá-la e fazê-la conhecida por pessoas que viveram 200 anos depois nas mesmas terras em que se apaixonaram.

De alguma forma poderosa, quanto mais procuro esquecer, mais nítidas são minhas dolorosas lembranças. Nosso futuro é termos nossos túmulos lado à lado, postos num museu com algumas palavras apaixonadas, sejam doídas, sejam prazerosas.

Leandro Augusto.

Nenhum comentário:

Postar um comentário