25 de dezembro de 2011

El Rio Tigre

"'Stamos em alto mar". Ou melhor, estamos em alto rio. A cabeça se encosta não por acaso no braço. O braço encostado no dorso deste pequeno barco. A água respinga no rosto e o cheiro é de algo que me lembra a maresia. O vento despenteia bruscamente os cabelos e penso "só quando estou com você, meus cabelos enrolam".
O verde. Ah, o verde... O verde da água. Verde escuro de água escura. O verde do mato. O verde refletido do mato na água. O verde dos olhos. A água verde misturada ao amarelo do sol, fazendo-me recordar do verde e da cobertura amarela numa mistura deliciosa.
O movimento. Neste rio, há aquele mato que nasce no meio da água sem que ninguém saiba explicar. O vento batendo e o mato se movimentando num efeito dominó. O movimento da água batendo e quebrando devotamente na direção contrária à que navegamos. O movimento devoto de meus lábios nos seus. O movimento sexual e o movimento fraternal. O movimento do meu mundo com seu mundo. O movimento.
A saudade. Sinto um êxtase instantâneo e um sono relutante. Vejo um pássaro sobrevoando rente à cobertura da água. Muito rente. Peço ao pássaro que leve um beijo ao final daquele percurso. Peço que entregue minha mensagem de amor. Desejo poder entregar o beijo antes que o pássaro o faça.
Que vença o melhor de nós!

Amélia.

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