19 de dezembro de 2011

O Sexto Motivo da Rosa

Vi-te caminhar pela porta de entrada. Vi-te roubar o brilho de todas as rosas por mim já vistas. Vi-te caminhar e refletir minha vida toda e prostrei-me à beleza estonteante que carregas em teu lado interior. Vi-me em ti e decidi que deveria lutar para roubar de ti um sorriso ainda maior que o que me arrancaras. Depois desse magnífico dia, resolvi que te deveria amar mais do que jamais amei. Depois desse esplêndido dia, resolvi que deveria proporcionar-te a maior alegria por ti provada. Depois desse momento de eternidade, resolvi que te deveria marcar as pétalas, de forma que fossem ainda mais bonitas, de modo que fossem ainda mais vistosas. E foi aí que a vida passou a caminhar novamente e assumi minha constante postura de quem quer o bem e só o bem. E foi aí que te olhei e vi em ti a árvore mais linda, com frutos mais lindos, com flores mais lindas. Decidi tentar – talvez em vão – transformar teus galhos em material mais resistente que chumbo. Trataria, a partir de então, de transformar-te na mais bela cerejeira já vista. Dia após dia, tratarei de aguar-te. Hora após hora, tratarei de mimar-te. Minuto após minuto, tratarei de transformar tuas folhas em eternas primaveras. Só assim saberei que nunca morrerás. E foi nesse dia que descobri o sexto motivo da rosa, que, diferentemente dos cinco primeiros, diz da eternidade que deixarei em ti. Diz da primavera que nunca escapa, da única estação do ano que a ti compete. Foi nesse dia que vi meu mundo mudar de cor. Foi nesse dia que me cativastes. Esse dia foi o primeiro dia. Esse primeiro dia vive dentro de mim e não morre. Verás aí em mim um eterno admirador. Nunca morrerás em mim. Sempre existirás em meu coração. Não serás em mim rosa efêmera, serás perene.
Leandro Augusto.

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