29 de junho de 2009

Ao Apaixonado do séc. XXI

Desculpe se eu não sei expressar todos esses sentimentos que ebulem em mim. Eu queria tanto poder dizer o quanto eu estou nervoso em saber que estou prestes a te ver, que eu vou te encontrar quando eu dormir. Você vai poder dormir comigo. Eu vou assistir sua respiração. Eu vou assistir o movimento (que deve ser pélvico) do seu diafragma inspirando e aspirando leve e devagarmente o ar que eu tenho o prazer de dividir contigo. Assistirei a cada milímetro cúbico de oxigênio que sua narina puxará e reverterá em gás carbônico. Eu vou-te ver respirando de um jeito lindo. Eu vou ter o prazer de te ter, ainda que em meus sonhos.
Por isso eu me contenho nesses chocolates, que me lembram seus lábios chupando os meus. Contemplo qualquer memória que minha mente ainda guarde das suas expressões de apaixonado que a noite de ontem guarda.
Desculpe se não consigo ser poeta. Desculpe se preciso buscar líricas de outros autores, melodias que não me foram cantadas. Desculpe se eu não te ofereço a palavra mais bonita do mundo, mas eu simplesmente duvido que exista qualquer combinação de letras que soe mais bonito que o seu riso. Eu duvido que eu deixe de buscar seus braços fortes e suas pernas de moço grande. Eu não queria parar com isso. Eu queria isso para sempre.
Mas eu me pego admirando o seu estilo reiterado de escrita, e me sinto satisfeito. Tudo o que vem de você me é lindo. Qualquer aspecto de sua magnífica forma de cantarolar me é perfeito. A sua memória me é surpreendente. Sinto-me feliz com o som de guitarras e baterias de um roque caótico; tendo em mãos a carta que meu nobre príncipe trouxe já me é o bastante.
Desculpe se eu não sou do gênero sexual que sua mãe pediu a Deus. Desculpe se eu não caibo em sua religião, ou se você não pediu a Deus por mim. O meu deus me disse ainda esses dias: “Eu aprovo”. Para mim isso basta. Eu posso cometer o maior dos crimes nesse mundo de seres humanos, é porque eu sinto minha alma apurada quando você está comigo. Eu sinto que o seu abraço não é um abraço corpóreo, é um abraço entre vidas pretéritas. É um abraço daqueles que nós ficamos a vida toda esperando, e, quando o temos, nossa vida sente vontade de morrer. Eu posso morrer enquanto estou com você, porque eu pareço tocar o céu. Meu espírito brilha e grita enquanto implora que eu deixe de pensar mundanamente e humanamente.
Eu vou me ver sempre querendo ser flagrado feliz por obter um “Amo-te” escrito por mãos que me tocam e tornam-se responsáveis por arrepios consecutivos. Mãos, essas, que me fazem queimar e que me fazem perguntar “Por que eu fui o único a ser escolhido para ganhar presente de tal porte?”
Desculpe a minha léxico livre neo-linguístico e minha estilística. Palavras passam pela cabeça e qualquer estilo ou ortografia arbitrária não é o bastante para dizer que eu descubro o significado da minha vida toda a cada 10 minutos que eu me encontro com você. Porque eu sou o seu príncipe e você é o meu príncipe. Porque eu sou o seu letrando e você é o meu economista. Porque você é a única droga que meu corpo é capaz de aceitar. Porque você é meu único namorado. E porque eu simplesmente não consigo achar conclusão alguma para tamanha tolice.
Tolo eu sou.

Leandro Augusto

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