15 de julho de 2009

Sentido

Estou em mais uma daquelas dores de conhecimento. Daquelas em que ouvi um simples verso sem sentido algum de Secos e Molhados e senti que deveria escrever. Hoje eu estou ouvindo um álbum chamado Stop Making Sense, de Talking Heads – hoje tentei encontrar a resposta para uma pergunta acerca dessa banda com um amiga.
Essa dor dói gostoso e desesperador. Estou faminto no sentido metafórico e no literal. Eu quero dividir essa insegurança com alguém. Quero olhos para me olharem daquele jeitinho que mãe dá.
Quero ler mais, entretanto sinto muito mais medo do que tinha antes de ler. Quero descobrir este mundo que parecia esperar por minha maturidade. Quero parar e voltar no tempo, no tempo em que eu não acreditava (isso foi há quase um dia). Gostaria de chorar, mas não posso, no sentido de habilidade. Quero que essas músicas não coubessem perfeitamente nesse momento sufocante.
Para começar, eu acordei e aceitei fiz uma proposta por transmissão de pensamento. Tomei um banho demorado - para que pudesse lavar todas as partes de meu corpo, ora ensaboando, ora perfumando e hidratando. Senti-me acordado. Comi bastante para continua a sentir satisfeito depois de quatro horas de trabalho. Senti vontade de alguma substância química que me era clara, e já não é mais.
Senti aquele impulso de procura, como um instinto sexual. Li sobre a religião da oração que fiz ontem, no sentido me ver adaptado em seus ensinamentos. Quanto tesão que senti. Como é bom descobrir e ser descoberto. Como é bom não saber o que encontrar e saber que vai gostar. Cheguei a pensar que não aconteceria esse sentimento de dor de conhecimento em mim.
Teoria do Caos, conhece?
Tudo o que li só me fez sentido aplicado à vida que vivo no momento em que vivi depois de conhecer aquilo, é muito claro. Era como se me dessem óculos super-mágicos através dos quais eu passasse a enxergar o mundo à minha volta – esse mundo que é sempre igualzinho – como um novo mundo.
Primeiro eu senti um aperto no coração porque senti que minha proposta não fora aceita, ou ainda pior, ela tivera sido esquecida. Dizem que o sentimento contrário ao amor é a indiferença. Isso é bem verdade. Porém agarrei-me à esperança da noite, afinal o dia não chegara ao seu fim.
Depois uma certa falta de consideração da parte de meus amigos no sentido de não me ouvirem as felicidades e medo em relação à descoberta. Além disso, aquela falta de paciência e tolerância dos mesmo para comigo. Isso dói não por causa de umas leituras, dói mais por causa delas, obviamente. Senti-me todo observado por estranhos e dilacerado pelas pessoas que mais amo.
Há vinte minutos (antes de começar a escrever este texto), eis que me bate a luz. “Hoje eu começo a estudar magia”, disse eu. Isso me faz contra a parede, é só por isso que eu não ganhei aquele sim que minha proposta estava a esperar. É claro! Maldita verdade. Isso me pareceu doer bem mais que a indiferença. Doeu também o ciúme que senti ao ler coisas que o outro escrevera. Desprezo aliado à traição é uma bosta, assim, no sentido de fezes mesmo...
Agora eu abro a caixa de meu e-mail. E não é que vejo três (não apenas um) e-mails?! Malditos que não me deixavam em paz o dia todo.
Agora eu estou feliz. Vou ler mais! Acenderei uma vela e mais outro incenso - dessa vez não um para calmaria, para proteção.
Hoje eu me descubro um pouco mais wiccan, e, obviamente, mais apaixonado. No sentido de mudança. No sentido do sentido.

Leandro Augusto

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