Hoje eu reparei na minha profissão. Tentar defini-la é inútil haja vista a quantidade de funções que temos nós, professores. Enfrentamos pressão de pais, chefes, alunos, conteúdo, didática, teoria, prática, experiência, outros professores e uma instituição chamada educação. Essa instituição que tanto nos faz pensar e repensar vidas, essa profissão que traz à tona um sentimento de frustração e esperança. Essa instituição que, representada pelo giz e voz, vem perdendo equilíbrio e renome.
O professor ganha a vida com pouco, faz o trabalho de muitos, engole a seco muitas situações para um simples manter de aparências. O professor planeja aulas incessantemente e corrige provas da maneira mais justa que pode. O professor que reclama salário que muitos não entendem. Isso porque muitos no mundo não entendem o que é ser professor e estar à frente de salas cheias com alunos encarando e sedentos de conteúdo ou até de um deslize seu.
O professor de verdade tem um motivo principal pelo qual se levanta cedo para pensar em didáticas apropriadas para determinado assunto: o motivo é a mágica que existe entre a locução e a inter-locução. Essa mágica que acontece de maneira invisível aos olhos enquanto fala e seus alunos escutam. Essa mágica de se deixar cativar em poucos dias, essa mágica de entender até mesmo os alunos ditos ruins. Essa dádiva de ter a atenção de pequeninos e grandinhos por um tempo que é, na verdade, muito maior que a aula em si. Essa prerrogativa de poder ver seus alunos crescerem, se desenvolverem e reproduzirem ao menos um único conceito que lhes foi ensinado. Ser professor é se emocionar por ver os alunos se saírem bem em avaliações em que antes não sairiam. Essa chance de poder entender num tempo muito curto o que a vida tem de melhor e não saber nem definir o que é, de fato.
Aos meus alunos do presente e do passado: eu faço tudo, todos os planejamentos, todas as atividades, todas as explicações, todas as avaliações, pensando em vocês e só vocês. Não importa o peso de minha profissão na vida de vocês, ou o peso de minha função na sociedade. Aos meus alunos, obrigado por serem esse eterno aprendizado em mim. Obrigado por serem pessoas que provocam pequenas ou grandes reviravoltas em mim. Obrigado por me ouvirem e rirem de minhas piadas quando sequer são boas. Obrigado por me entenderem quando deixo de cumprir com alguma tarefa. Obrigado por me proporcionarem a maior alegria que eu poderia ter. Obrigado por me fazerem, por fim, entender para quê estou aqui: para ser professor.
Hoje eu reparei na minha profissão e senti um orgulho danado.
Leandro Augusto.
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