Por isso eu me contenho nesses chocolates, que me lembram seus lábios chupando os meus. Contemplo qualquer memória que minha mente ainda guarde das suas expressões de apaixonado que a noite de ontem guarda.
Desculpe se não consigo ser poeta. Desculpe se preciso buscar líricas de outros autores, melodias que não me foram cantadas. Desculpe se eu não te ofereço a palavra mais bonita do mundo, mas eu simplesmente duvido que exista qualquer combinação de letras que soe mais bonito que o seu riso. Eu duvido que eu deixe de buscar seus braços fortes e suas pernas de moço grande. Eu não queria parar com isso. Eu queria isso para sempre.
Mas eu me pego admirando o seu estilo reiterado de escrita, e me sinto satisfeito. Tudo o que vem de você me é lindo. Qualquer aspecto de sua magnífica forma de cantarolar me é perfeito. A sua memória me é surpreendente. Sinto-me feliz com o som de guitarras e baterias de um roque caótico; tendo em mãos a carta que meu nobre príncipe trouxe já me é o bastante.
Desculpe se eu não sou do gênero sexual que sua mãe pediu a Deus. Desculpe se eu não caibo em sua religião, ou se você não pediu a Deus por mim. O meu deus me disse ainda esses dias: “Eu aprovo”. Para mim isso basta. Eu posso cometer o maior dos crimes nesse mundo de seres humanos, é porque eu sinto minha alma apurada quando você está comigo. Eu sinto que o seu abraço não é um abraço corpóreo, é um abraço entre vidas pretéritas. É um abraço daqueles que nós ficamos a vida toda esperando, e, quando o temos, nossa vida sente vontade de morrer. Eu posso morrer enquanto estou com você, porque eu pareço tocar o céu. Meu espírito brilha e grita enquanto implora que eu deixe de pensar mundanamente e humanamente.
Eu vou me ver sempre querendo ser flagrado feliz por obter um “Amo-te” escrito por mãos que me tocam e tornam-se responsáveis por arrepios consecutivos. Mãos, essas, que me fazem queimar e que me fazem perguntar “Por que eu fui o único a ser escolhido para ganhar presente de tal porte?”
Desculpe a minha léxico livre neo-linguístico e minha estilística. Palavras passam pela cabeça e qualquer estilo ou ortografia arbitrária não é o bastante para dizer que eu descubro o significado da minha vida toda a cada 10 minutos que eu me encontro com você. Porque eu sou o seu príncipe e você é o meu príncipe. Porque eu sou o seu letrando e você é o meu economista. Porque você é a única droga que meu corpo é capaz de aceitar. Porque você é meu único namorado. E porque eu simplesmente não consigo achar conclusão alguma para tamanha tolice.
Tolo eu sou.
Leandro Augusto